segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"everyone who bought one of those 30,000 copies started a band."

Músico que nunca deixou a grande maçã mas que pensava em Sintra como alternativa, Poeta de quem tenho um livro palmado faz muitos anos. 71 anos a distorcer percepções. Aquele que lançou um álbum e demorou 40 anos a vê-lo reconhecido como uma obra maior. Aquele que depois de 18 álbuns lança um duplo em parceria com o Poe. Aquele que em 50 anos de carreira lança 35 álbuns, enterra a Nico e Warhol, tendo despedido os dois previamente, é abandonado por  Cale e reencontra-o mais à frente, colabora com Zorn e faz um péssimo álbum com Metallica, que talvez daqui a 40 anos seja louvado. Aquele que pôs o mundo a cantar músicas de travestis como se fosse alegria de celebração e subversão de Dean.




segunda-feira, 21 de outubro de 2013

It’s just a shadow you’re seein’ that he’s chasing



Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

I’m not sleepy and there is no place I’m going to
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me
In the jingle jangle morning I’ll come followin’ you

terça-feira, 15 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

But he himslef was broken




RETRATO DE FUGITIVO POR PAULO NOZOLINO

caminha pela solidão nocturna dos quartos de hotel
e de fotografia em fotografia chega exausto
ao minucioso poema a preto e branco
mas já não o surpreende a violenta visão do mundo
este lento destroço que um líquido sussurro de prata
revela a partir de iluminada fracção de segundo 

e bebe
e ama
e foge de si mesmo
com a leica pronta a ferir como uma bala ecoando
no fundo da memória um néon uma pedra
uma arquitectura de luz e sombra ou um deserto
onde se debruça para retocar os dias com um lápis
na certeza que sobreviverá a estes perfeitos acidentes
a estes restos de corpos a pouco e pouco turvos
pelo tempo pelo sono ou pela melancolia

mas regressa sempre à transumância das cidades
quando a alba do flash prende o furtivo gesto
sobre o papel fotográfico morre o misterioso fugitivo
depois
vem o medo
que se desprende do olhar imobilizado e do rosto
nasce uma vida de infinito caos
Al Berto